quinta-feira, 14 de junho de 2012

Bate o tempo seu compasso (Prenez soin de vous)

Bate o tempo seu compasso
De espera e contratempos
E ausências e espaços...
Faz parte do tempo-espaço ser por ela ignorado? 
Bate o tempo fiel, carrasco,
De passos sem direção,
De corações imolados
No altar da ilusão. 
Bate em mim (e não nela),
No seco e não no molhado,
O amor separado
Por muralhas de heras. 
Faz parte do amor o não ser amado?

Foi assim meu passado,
Irrefletido, sulcado,
Pelo vazio deixado
Nesse compasso de espera, 
Olhar preso à janela,
A vidraça embaçada,
Uma vida passada
A lembrar sempre dela. 
Não sou mais quem eu fui,
Nem mais é quem foi ela.  
Junho, 2010.

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