SONETO DO FIM

Terás então na vida etérea?

Que nome dás, dás nome à sepultura?

Podias dar-lhe por nome Liberdade,

Quando afinal desceres à verdade,

Onde a verdade é fria e é escura.



Terás razão?  Terás então bondade?

Terás ternura? Coragem? Formosura?

Terás coberta enfim toda espécie de maldade,

Terás extinta a certeza, soberbas, criaturas.



Escreverei à lápide: Era amada e não quis o amor!

Agora jaz na última morada, onde a vaidade

Cabe em rosas, lírios, azaléias, margaridas;



Toda a beleza cabe em uma única braçada,

E todo amor na vida etérea que convida

À Nunca Mais, jamais seres amada...



Fevereiro / 2011