sexta-feira, 22 de junho de 2012

ABL - A CASA DE MACHADO DE ASSIS

INAUGURAÇÃO DA ACADEMIA BRASILEIA DE LETRAS - 20/07/1897

Em 20 de julho de 1897, Machado de Assis, um dos mais importantes escritores brasileiros, fundava a Academia Brasileira de Letras (ABL), numa sala do Pedagogium, na Rua do Passeio, no Rio de Janeiro. Desde então, a instituição tem como principal objetivo aprimorar métodos para o cultivo da língua e da literatura nacional. A iniciativa de criar uma entidade que reforçasse os princípios do idioma teve com modelo a Academia Francesa e foi idealizada por Lúcio Mendonça.
Segundo o site oficial da instituição, as primeiras notícias sobre a fundação e seus letrados foram publicadas a partir de 10 de novembro de 1896, na Gazeta de Notícias, e, no dia imediato, no Jornal do Commercio. As sessões preparatórias iam começar: na primeira, a 15 de dezembro, às três da tarde, na sala de redação da Revista Brasileira, na travessa o Ouvidor, nº 31, foi logo aclamado o primeiro presidente: o escritor Machado de Assis.
Em janeiro de 1897, foram convidados os letrados Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Otávio, Silva Ramos, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay. Também Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat e Valentim Magalhães, que haviam comparecido às sessões anteriores. Ainda Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, conselheiro Pereira da Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte, que aceitaram a honra e tornaram-se membros.
Os últimos dez membros foram eleitos. Eram eles: Aluísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça.
Atualmente, a ABL mantém o mesmo formato com 40 membros efetivos e perpétuos, eleitos sempre em votação secreta, e 20 sócios correspondentes estrangeiros.



DISCURSO DE MACHADO DE ASSIS
20 de julho de 1897

Senhores,
Investindo-me no cargo de presidente, quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela consagração da idade. Se não sou o mais velho dos nossos colegas, estou entre os mais velhos. É símbolo da parte de uma instituição que conta viver, confiar da idade funções que mais de um espírito eminente exerceria melhor. Agora que vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança.
Não é preciso definir esta instituição, iniciada por um moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis. A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, da crítica e da eloqüência nacionais é indício de que a tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que ele perdure. Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira.
Está aberta a sessão.



ESTE É VÍDEO COMEMORATIVO AO 114º ANIVERSÁRIO DA ABL.

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